Para baratear alimentos, governo anuncia ações em parceria com setor privado.

A proposta inclui medidas logísticas, incentivo à produção e desburocratização para melhorar o abastecimento. Mas, além do impacto no bolso do consumidor, também precisamos discutir a qualidade e segurança dos alimentos.

Considerando o atual preço dos alimentos, o governo federal adotou as seguintes medidas visando baratear os alimentos: zerar impostos de importação de itens considerados essenciais, como café, azeite, açúcar, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, macarrão e carnes, além da extensão do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), permitindo pelo período de um ano, que a comercialização em todo o território nacional dos produtos que já foram devidamente certificados no âmbito municipal – aqui a medida alcança itens como leite fluido, mel e ovos.

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Redução de impostos na importação de alimentos: solução ou desafio para a indústria nacional?

O governo anunciou a isenção de impostos de importação sobre itens como carne bovina, café, milho, azeite e massas, com o objetivo de conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil. Em um cenário de inflação e insegurança alimentar, essa medida pode parecer positiva para os consumidores no curto prazo. Mas qual é o impacto real para a indústria nacional de alimentos?  Especialistas apontam que o impacto dessa ação pode ser mínimo. Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) por exemplo, destaca que a redução dos impostos de importação pode não ser suficiente para conter a alta dos preços dos alimentos no mercado interno

O desafio da competitividade Ao reduzir tributos para produtos importados, o mercado interno pode enfrentar uma concorrência desigual. Enquanto empresas estrangeiras se beneficiam dessa isenção, a produção nacional continua arcando com uma carga tributária elevada, custos logísticos e desafios regulatórios. Isso enfraquece o setor produtivo brasileiro e pode, a longo prazo, aumentar a dependência de importações.

E o incentivo à produção local? Medidas emergenciais para conter preços são importantes, mas precisamos de políticas estruturantes para fortalecer nossa cadeia produtiva. Iniciativas como o Plano Safra da Agricultura Familiar, que destina R$ 33 bilhões para pequenos produtores, são um passo na direção certa. Além disso, programas como o Mais Alimentos buscam aumentar a produtividade e melhorar o acesso a equipamentos agrícolas. Mas será que isso é suficiente?

Equilíbrio é a chave Garantir preços acessíveis à população é essencial, mas sem comprometer a sustentabilidade da indústria nacional e principalmente sem comprometer padrões de segurança, rastreabilidade e boas práticas de fabricação.. Precisamos de um debate mais amplo sobre redução da carga tributária para produtores locais, incentivos à inovação e melhorias logísticas.

É essencial que políticas públicas continuem a apoiar e incentivar os produtores brasileiros, garantindo que medidas emergenciais, como a isenção de impostos de importação, sejam complementadas por estratégias de longo prazo que beneficiem a indústria alimentícia nacional.