Por Ana Luisa Simon

O mercado de delivery está vivendo uma transformação, e não só por conta da pandemia da COVD-19. Diversas reportagens indicam que elas nasceram em Londres, mas o mercado de “dark kitchen” está em ascensão no Brasil.

Talvez você não tenha escutado esse termo ainda, mas se pede delivery de comida em casa ou no trabalho, com certeza já “esteve” neste tipo de estabelecimento.

As dark kitchens, também conhecidas por “restaurantes virtuais”, “cozinha fantasma”, “restaurante fantasma” e “cozinhas escuras” se popularizaram através dos aplicativos de entrega de comida e existem apenas no mundo digital: não possuem fachada, salão para consumação e nem loja. Os espaços de trabalho geralmente não têm janelas, o que, juntamente com o fato de que os consumidores muitas vezes não sabem que seus alimentos são feitos aqui, deu origem ao nome de “cozinhas escuras”.

São estabelecimentos de serviço de alimentação que oferecem apenas comida para viagem e está estreitamente alinhado com os novos serviços de entrega de comida online

Esse tipo de negócio vem crescendo e está atraindo empreendedores – e também restaurantes já existentes, pois requer um investimento muito baixo, em comparação com restaurantes tradicionais. Basta uma cozinha, menos funcionários na operação, seu produto e a logística para entrega (que poder ser própria ou terceirizada com algum aplicativo de entrega).

Talvez por conta da pandemia, ou simplesmente pelo sucesso do negócio, alguns restaurantes decidiram abrir unidades apenas para cozinhar e entregar, sem clientes, com o intuito de aumentar o faturamento.

O Rappi, um dos serviços de entrega de comida mais populares do continente, relata que “em 2018, começamos do zero e agora, em 2019, trabalhamos com 230 cozinhas”, disse Stephanie Gómez, líder do projeto Rappi Dark Kitchens para a América Latina.

Com tanto sucesso, o movimento contrário também acontece: em países da América Latina, alguns locais tiveram tanto sucesso que conseguiram se tornar uma franquia e abrir seus primeiros restaurantes físicos.

Nem tudo é bônus

Mas operar como dark kitchen, apesar de exigir menos investimento, também tem seus ônus:

– Existir virtualmente não necessariamente gera toda a confiança de um restaurante físico;

– Toda a reputação da marca e da comida é feita virtualmente. Apesar de a grande maioria da população estar conectada, pode não atingir um grande número de pessoas também;

– Da mesma forma que a internet pode beneficiar uma marca, se houver algum problema, a queda é tão intensa quanto o sucesso;

– Para restaurantes que já existem fisicamente, e que passaram a operar nesse formato, alguns ajustes de receitas tiveram que ocorrer para que o produto mantivesse sua qualidade durante o transporte;

– Além disso, as empresas têm o desafio de entregar os pedidos com rapidez e com o menor impacto ambiental possível.

Uma das maiores preocupações é o controle sanitário, já que com ausência de clientes e menos funcionários, os locais podem achar que a fiscalização é menor. Pelo contrário: estabelecimentos produtos de alimentos devem estar regularizados, possuir alvará sanitário e ter os mesmos controles sanitários de restaurantes e indústrias.

À medida que mais empresas do ramo aderem à esse movimento, elas devem manter o mesmo nível de padrão que os restaurantes. Caso contrário, o bem-estar e a segurança e qualidade dos alimentos de seus funcionários estão continuamente em risco.

E por que “dark kitchen” é uma tendência?

Alguns fatores são decisivos para esse novo tipo de operação:

– Como não há área de atendimento, o custo operacional é mais baixo, já que não existem garçons e outras despesas relativas ao salão.

– Não há uma grande preocupação com a localização física da cozinha, pois como a distribuição é por meio de delivery, elas podem se instalar em áreas de aluguel baixos e espaços menores, economizando mais;

– Uma mesma cozinha pode ser compartilhada por vários restaurantes, de marcas diversas, tornando mais eficiente e econômica a operação de entrega via aplicativo, muito mais eficiente e econômica;

– Além disso, esse conceito permite que os operadores experimentem a combinação de vários tipos de culinária em uma única operação de cozinha, fazendo um aproveitamento melhor do espaço e utensílios do local;

– E por fim, o valor das refeições fica mais baixo, o que favorece e muito o consumidor final, além da grande conveniência de ter boa comida na própria residência.

Se você é empreendedor, é preciso estar ligado nas tendências do mercado e uma dose de coragem para abrir o seu negócio.  Manter seu negócio sempre atualizado, com bom planejamento estratégico, estoque devidamente controlado e pessoal treinado é a chave para sair à frente da concorrência e surpreender o cliente. Fale com a Qualinut para garantir o sucesso da sua cozinha.

Referências

https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/03/02/dark-kitchens-o-que-sao-as-cozinhas-fantasma-que-so-existem-em-apps-de-comida.ghtml

https://www.scuadra.com.br/blog/dark-kitchen-e-a-nova-tendencia-no-setor-de-food-service/