Por Qualinut Assessoria

Comer é um ato voluntário, porém naturalmente regulado pelas necessidades fisiológicas, ou seja, comemos quando sentimos fome e fraqueza. E ao comer, conseguimos atender a demanda do organismo por energias e nutrientes com funções essenciais para a manutenção das suas atividades e garantia da sobrevivência. No entanto, os fatores sociais, econômicos, culturais e emocionais, bem como os aspectos sensoriais estimulados pelos alimentos, são aspectos externos ao funcionamento do corpo que também estão envolvidos na alimentação e exercem forte influência sobre o modo e a vontade de comer.

O cérebro é responsável pela regulação da fome e da saciedade, equilibrando a vontade de comer e a sensação de saciedade. Quando esse equilíbrio é comprometido, perde-se o controle fisiológico e passa-se a comer de forma compulsiva. Muitos fatores podem contribuir para isso, dentre elas, doenças, ansiedade e depressão, cujas quais geralmente associam o ato de comer com uma sensação de prazer instantâneas e de curta duração, porém com consequências a médio e longo prazo se não normalizadas.

Chamamos esse fenômeno de válvula de escape ou um comer emocional, pois os quando os indivíduos não se encontram bem emocionalmente, devido a uma tristeza, angústia, preocupação, ansiedade ou raiva, seu estado psicológico mantém é influenciado e o indivíduo passa automaticamente a enxergar nos alimentos uma maneira de estimular ou intensificar a sensação de prazer após comer algo. Isso ajuda a minimizar os sentimentos negativos que estão lhe afetando e incomodando e o faz se sentir melhor.

Quando esse mecanismo de recompensa se torna um hábito, o indivíduo perde o controle sobre a maneira como se alimentar e a distinção entre fome e compulsão. Desta forma, de forma inconsciente a pessoa passa a ingerir quantidades maiores de alimentos além das necessidades diárias e muitas vezes, alimentos de baixa qualidade nutricional como doces e snacks. Essa forma de alimentação, a médio e longo prazo, pode favorecer o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e diabetes.

Além disso, o comer emocional não resolve o problema em si e pode levar a outros males nutricionais e psicológicos, pois muitas a sensação de prazer breve após o consumo é seguido por sentimento de culpa, frustração e baixa autoestima, intensificando ainda mais as sensações de desconforto. Assim, esses sentimentos são transformados em atitudes e dietas restritivas, cujas quais não apresentam correspondência fisiológica e que por isso não conseguem ser sustentáveis a longo prazo, e logo o indivíduo recomeça um novo episódio compulsivo dentro de um ciclo vicioso, podendo esse comportamento se figurar em  um quadro de distúrbio alimentar e nutricional com implicações para o ganho de peso, preocupações com a autoimagem e problemas metabólicos.

Nesses casos, é necessário avaliar o comportamento compulsivo e promover uma reeducação alimentar personalizada, baseada em hábitos mais adequados e saudáveis. Uma boa maneira de evitar os excessos, é comer com planejamento e de maneira equilibrada, realizando refeições completas e com maior ingestão de fibras, pois elas aumentam a saciedade e diminuem a sensação de fome após as refeições.

E por fim, torna-se fundamental, a organização da rotina, para ter maior tranquilidade, lazer e qualidade de vida, menor estresse físico e mental, adequação alimentar, higiene do sono e atividade física, de maneira equilibrar as demandas do corpo e as exigências da vida e não sobrecarregar a saúde física e mental e tornar oportuno a relação entre ansiedade e compulsão alimentar, com efeitos críticos sobre a sensação de fome e saciedade e a saúde.