Por Marilia Fernandes

É notório a preocupação, cada vez maior, da indústria em relação a qualidade e segurança do alimento produzido, bem como a implantação de uma gestão de qualidade que garanta o controle de segurança dos alimentos.  Porém há uma pressão crescente, imposta pelo mercado nacional e internacional, que exige à indústria ter uma certificação, que garanta a segurança do produto comercializado, para então poder fornecer para aquele determinado local.

Quando se opta por ter uma certificação é importante que a empresa entenda qual o objetivo de cada certificação e faça a escolha da que melhor atende a empresa. Para isso é importante que se faça alguns questionamentos, listados abaixo, além de pesquisa de custos para o processo e maturidade da empresa:

– Como está meu sistema de gestão de segurança dos alimentos?

– Quem é o nosso cliente e quais certificações eles solicitam?

– Quais certificações os meus concorrentes têm?

– Qual mercado a empresa está atualmente e qual pretende atingir a longo prazo (principalmente exportação)?

Com estes questionamentos respondidos o próximo passo é conhecer algumas certificações para indústria de alimentos existentes no mercado.

A certificação SFQ foi desenvolvida para atender toda a cadeia produtiva, incluindo também empresas de pequeno e médio porte, da fazenda a mesa. Consiste em dois códigos, SQF 1000 para a agricultura e a SQF 2000 para a fabricação de alimentos e serviços do setor. A norma é baseada Comitê Consultivo Nacional sobre critérios microbiológicos para alimentos (NACMCF) e nos princípios e diretrizes do HACCP e Codex Alimentarius.

É uma certificação reconhecida pelo GFSI, que tem uma grande aceitação no mercado global, porém no Brasil ainda pouco utilizada.

Certificação desenvolvida para o setor agrícola com o objetivo de garantir uma produção segura e sustentável em todo o mundo, através da implantação de boas práticas agrícolas.

É uma certificação reconhecida pelo GFSI e obrigatória para comercializar produtos no mercado internacional mais exigente.

 Essa certificação garante que a empresa utiliza técnicas agrícolas por cultivo natural, ou seja, sem uso de agrotóxico, fertilizantes sintéticos ou transgênicos. Além disto o selo também atesta que o alimento foi produzido sem danos ao meio ambiente, como utilização de energia não renovável.

Para comercialização de produtos orgânicos no mercado é necessário a obtenção deste selo.

Inicialmente foi desenvolvida na Alemanha em conjunto com a indústria como uma alternativa a norma BRC. Oferece certificação em toda a extensão do processamento de alimentos, exceto produção agrícola, e cobre todas as variedades de produtos.

É uma certificação reconhecida pela GFSI, sendo uma das normas mais exigidas na Europa e a principal norma solicitada pelo comércio varejista no Brasil.

Esta certificação abrange empresas fabricantes de alimentos e embalagens, garantindo a segurança dos alimentos e gestão de qualidade do produto. A norma é baseada nos princípios do Codex Alimentarius e em requisitos específicos de gestão de qualidade.

É uma norma reconhecida pela GFSI e utilizada globalmente, presente em 130 países.

É uma norma aplicada para produtos alimentícios, ingredientes e embalagens abrangendo requisitos de segurança alimentar. Baseada na norma ISO 22000, ISO 9001, ISO/TS 22003 e ISO/TS 22002-1.

A certificação confirma que o sistema de gestão de segurança e a manutenção do mesmo podem ser garantidos. É reconhecida pela GFSI e presente em 154 países.

Uma questão comumente observada nos requisitos para homologação de fornecedor é que a indústria tenha alguma certificação reconhecida pela GFSI (Global Food Safety Initiative).

Independente da norma escolhida a empresa se beneficiará internamente, com melhorias no processo de segurança alimentar, e externamente com o uso da certificação como estratégia de marketing e vantagem competitiva frente aos concorrentes.